Como escolher e simular um seguro automóvel?

04-07-2013 21:03

A legislação portuguesa obriga a existência de seguro de responsabilidade civil para veículos terrestres a motor e seus reboques.

De facto, o seguro automóvel é o que mais peso tem na carteira das Seguradoras do ramo não-vida em Portugal. Para as Companhias de Seguros, os seguros automóvel tem uma importância adicional pois frequentemente, quando um Cliente faz um seguro automóvel em determinada Companhia, poderá vir a fazer seguros de outros ramos na mesma Companhia, como por exemplo seguro de multirriscos, acidentes de trabalho, seguro de saúde, etc.

Neste artigo vamos abordar os principais aspetos a ter em conta quando pretendemos subscrever um seguro automóvel.

Normalmente a primeira coisa que o Cliente pensa é no preço, mais ainda quando estamos num período de crise. Por vezes o Cliente procura o seguro mais barato possível, percorrendo várias Companhias de Seguros ou vários Mediadores. Apesar de ser um fator importante, o preço não deve de ser o único aspeto a ter em conta. Ao pedirmos uma simulação de seguro automóvel devemos de ter em conta também as coberturas e os capitais da simulação.

No seguro automóvel a cobertura que é obrigatória é a Responsabilidade Civil. Em termos gerais podemos dizer que a Responsabilidade Civil Automóvel é a cobertura que é acionada em caso de danos provocados a Terceiros. De salientar que esta cobertura também abrange eventuais danos pessoais provocados aos ocupantes do veículo, com a exclusão do condutor. Os danos sofridos pelo condutor nunca estão seguros pela Responsabilidade Civil.

Na legislação portuguesa atual o capital mínimo a segurar na Responsabilidade Civil Automóvel é de 6.000.000 euros (que divide-se em 5.000.000 euros para danos corporais e 1.000.000 euros para danos materiais). Portanto, 6.000.000 euros é o capital mínimo da Responsabilidade Civil Automóvel, podendo no entanto o Cliente subscrever um capital superior que pode chegar até aos 50.000.000 euros. Esse aumento de capital da Responsabilidade Civil irá refletir-se no valor do seguro (também chamado de prémio do seguro).

Para além da cobertura de Responsabilidade Civil, geralmente são contratadas outras coberturas num seguro automóvel, nomeadamente: Ocupantes, Assistência em Viagem e Proteção Jurídica. Estas coberturas não são legalmente obrigatórias e como tal podem diferir de Companhia para Companhia. Na maioria dos casos a contratação destas coberturas é recomendável, e muitas vezes fazem parte do pacote base das Companhias de Seguro.

Uma outra cobertura opcional mas que pode ser benéfica a sua contratação é a Quebra Isolada de Vidros. Esta cobertura pode ser acionada quando o único dano causado no veículo é num dos vidros do automóvel.

Depois temos toda uma série de outras coberturas de danos próprios que podem ser contratadas:

- Choque, colisão ou capotamento
- Incêndio, raio ou explosão
- Furto ou roubo
- Fenómenos da natureza
- Atos maliciosos ou vandalismo
- Veículo de substituição
- Valor de substituição em novo

Podemos contratar todas estas coberturas ou escolher apenas algumas, dependendo também da política de subscrição da Companhia de Seguros. De salientar que um seguro com danos próprios cobre danos no próprio veículo. Como será fácil de perceber, quantas mais coberturas forem contratadas maior também será o prémio do seguro, porém o veículo ficará protegido em caso de sinistro que se enquadre nas coberturas contratadas, podendo assim ser uma boa opção especialmente se o veículo for novo ou tiver poucos anos. Normalmente as Companhias colocam um limite na idade do veículo, limite esse que se for ultrapassado a Companhia poderá não aceitar fazer o seguro com danos próprios. Esse limite também varia de Companhia para Companhia. Algumas Companhias podem colocar esse limite nos 5 anos, outras nos 8 anos e outras nos 10 anos, a título de exemplo.

Um outro fator a ter em conta quando se faz um seguro com danos próprios é a franquia. A franquia é o valor que fica a cargo do Tomador do Seguro em caso de sinistro. Essa franquia pode ser um valor fixo ou então uma percentagem sobre o capital seguro. Quanto maior for a franquia mais barato é o seguro, porém em caso de sinistro o Tomador também terá um valor maior a pagar na reparação do veículo.

Apesar de ser comum chamar os danos próprios de "seguro contra todos os riscos", esta última forma não é correta, pois não existe nenhum seguro que proteja contra todos os riscos. Aliás, todas as coberturas (sejam elas de danos próprios ou não) têm as suas exclusões constantes nas Condições Gerais e Particulares da apólice. Daí a importância de conhecermos bem as coberturas que estamos a contratar, para evitar que mais tarde venhamos a ter algum dissabor. Esta será provavelmente uma das causas que mais gera conflitos entre Seguradoras e Clientes.